2003/07/30

fraldas como produto de primeiríssima necessidade?!

Um produto de primeiríssima necessidade são as fraldas descartáveis, para Bagão Félix, pelo que vai haver uma redução no IVA a pagar por elas, que passa de 19 para 5 %! E quanto vai aumentar a taxa da água, perdão: do lixo? Em Portugal, porque vivemos do ar que respiramos, não é o que se come e se bebe que é de primeiríssima necessidade, mas antes aquilo que faz com que as crianças andem mais tempo com o xixi e o cocó acoplado ao corpo. Já agora, a publicidade ao descartável nas maternidades seguramente que não vai ser penalizada, pois que se trata de um "produto de primeiríssima necessidade"!

O meu 4º filho não usou fraldas descartáveis. Há fraldas tipo calçãozinho, em pano macio, laváveis a 60º, por tudo quanto é lado na internet, que ficam muito mais baratas. Só poupámos dinheiro e chatice com esta opção, que não polui tanto o ambiente. Se há mães que dizem que gastam 20 contos por mês em fraldas, vejam quanto é que eu poupei ao fim de 3 anos. No Verão, e na maior parte do tempo, o meu filho até andava sem fralda, o que até é muito mais confortável. Aliás, com fraldas de pano foi muito mais fácil habituá-lo a deixar de as usar do que com as descartáveis (que usei com um dos outros). Só precisámos de uma semana para o convencer.

A água que é gasta a lavar carros e a regar florzinhas à hora de calor, nas horas de ponta, em rotundas e separadores, não é considerada um bem de primeiríssima necessidade, a ser usado com parcimónia. Uma máquina ou outra de fraldas de pano (pois que as há reutilizáveis e tecnológicas, e sem necessitarem de serem passadas a ferro) já é se calhar considerada uma sobrecarga muito grande... Este é o país "sustentável" que temos.

2003/07/29

Segundo um texto do Instituto de Ambiente, relativo ao processo de discussão pública da Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável, "todos os interessados são convidados a analisar a documentação distribuída e a apresentarem os comentários que acharem convenientes, os quais deverão ser enviadas ao IA (Instituto do Ambiente), devidamente identificados, até 15 de Setembro, por forma a que estas contribuições possam ser consideradas nas fases seguintes da elaboração do PI-ENDS. Contribuições - objectivas e concretas - ao presente documento deverão ser enviadas ao IA para: ends@iambiente.pt. Cientes que a necessária articulação entre os 7 documentos agora preparados, ainda não se encontra feita, sugere-se uma leitura conjunta de todos eles anterior à elaboração dos comentários julgados pertinentes. Assegurar que a implementação da Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável cumpre o desígnio nacional de caminharmos, de forma segura, para o Desenvolvimento Sustentável quer do País, quer de contextos mais alargados, é um desafio que é de todos os portugueses e portuguesas e que requer o empenhamento e contributo de todos."

Meu Deus, que forretas (mais uma vez) com o tempo para discussão pública para a Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável! E depois estabelecem aquela restrição, que mais uma vez não definem (como tantas outras coisas no texto português da ENDS), de as contribuições terem de ser "objectivas e concretas". Permitir fazê-lo só até 15 de Setembro implica que as mães e em geral as famílias não se possam pronunciar - depois de férias e antes do início das aulas há sempre muito que fazer. É o momento de pôr a casa em ordem, e está-se a ver que muitas mulheres não vão poder estar a olhar para isto. Mas mãe neste país é igual a bicho do choco, já se sabe. O melhor é que fique de bico calado que isto é só para técnicos e altas instâncias. Gente superior.
E as ONGAS (já agora: organizações não governamentais para o ambiente) pelos vistos disseram que este documento é bom, ou algo de parecido me ficou na mente depois de ler as partes correspondentes do relatório de discussão pública!!!! Que horror! E que cândidos! Mas em que mundo vivem as ONGAS?! Um documento destes devia ser discutido por *toda* a sociedade, igreja, mães, pais e professores incluídos. Eu adoraria fazê-lo com os meus alunos já no próximo ano lectivo.

Adelaide

2003/06/25

Não sei nada

Então mas o último relatório da Epa americana não traz um capí­tulo sobre o clima? E como é com as centrais nucleares no Iraque? Porque é que não se fala nesse assunto? Como estará a situação por lá em termos de degradação ambiental? Que se passa? Dúvidas, incertezas.

GNR para o Iraque?

A resposta é clara: não! Não quero e abomino. E já agora, avaliem correctamente no que nos andamos a meter, pois que a "estabilização" não se resumirá ao Iraque, porventura. Um artigo interessante foi escrito por William O. Beeman, da Brown University "Iran and the United States - A case Study in Postmodern Culture Conflict". Está na rede, vão lá ver. E depois digam-me qualquer coisa, que eu agora não tenho tempo para o comentar. Se é que alguém lê isto. De qualquer maneira, escrevo só para mais tarde me recordar de que o pensei, que a memória anda a ficar curta. Para todos nós, aliás

Painéis solares

No Público de hoje (25 de Junho de 2003) fala-se em painéis solares, a propósito da acção da Quercus. Acho muito bem, porque são de facto painéis - ou seja, têm esse formato. Diz-se mesmo que, só no último ano, se instalaram na Alemanha mais de um milhão de painéis solares, informação que não contesto nem confirmo, ao passo que em Portugal não irí­amos além dos 30 mil.
Só que, pelo que se depreende da notí­cia, os painéis solares que se pretende dar a conhecer em Portugal são exclusivamente para o aquecimento da água, e não para a produção de electricidade. Ou seja, são aquilo que se tem vindo a chamar entre nós "colectores solares" e não "painéis fotovoltaicos". Ora na Alemanha, a julgar pelo muito que se fala publicamente em energia fotovoltaica, o que porventura estará a acontecer é que se estão a instalar nos telhados painéis fotovoltaicos, que permitem obter energia para as tomadas.
Atira-se nesta notícia com números e joga-se com palavras, mas elas designam a meu ver realidades substancialmente diferentes, que urge clarificar. Um colector solar para aquecimento de água, em si muito útil, não fornece energia para ligar o computador em que escrevo. Se eu estiver errada agradeço por favor que me corrijam

2003/06/24

Clandestinos

Morreram ontem duzentos ao largo da Tuní­sia, a tentarem ir para a Europa? A Taz de hoje (www.taz.de) traz os números, impressionantes. De que Europa se fala em Portugal?