Um produto de primeiríssima necessidade são as fraldas descartáveis, para Bagão Félix, pelo que vai haver uma redução no IVA a pagar por elas, que passa de 19 para 5 %! E quanto vai aumentar a taxa da água, perdão: do lixo? Em Portugal, porque vivemos do ar que respiramos, não é o que se come e se bebe que é de primeiríssima necessidade, mas antes aquilo que faz com que as crianças andem mais tempo com o xixi e o cocó acoplado ao corpo. Já agora, a publicidade ao descartável nas maternidades seguramente que não vai ser penalizada, pois que se trata de um "produto de primeiríssima necessidade"!
O meu 4º filho não usou fraldas descartáveis. Há fraldas tipo calçãozinho, em pano macio, laváveis a 60º, por tudo quanto é lado na internet, que ficam muito mais baratas. Só poupámos dinheiro e chatice com esta opção, que não polui tanto o ambiente. Se há mães que dizem que gastam 20 contos por mês em fraldas, vejam quanto é que eu poupei ao fim de 3 anos. No Verão, e na maior parte do tempo, o meu filho até andava sem fralda, o que até é muito mais confortável. Aliás, com fraldas de pano foi muito mais fácil habituá-lo a deixar de as usar do que com as descartáveis (que usei com um dos outros). Só precisámos de uma semana para o convencer.
A água que é gasta a lavar carros e a regar florzinhas à hora de calor, nas horas de ponta, em rotundas e separadores, não é considerada um bem de primeiríssima necessidade, a ser usado com parcimónia. Uma máquina ou outra de fraldas de pano (pois que as há reutilizáveis e tecnológicas, e sem necessitarem de serem passadas a ferro) já é se calhar considerada uma sobrecarga muito grande... Este é o país "sustentável" que temos.
2003/07/29
Segundo um texto do Instituto de Ambiente, relativo ao processo de discussão pública da Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável, "todos os interessados são convidados a analisar a documentação distribuída e a apresentarem os comentários que acharem convenientes, os quais deverão ser enviadas ao IA (Instituto do Ambiente), devidamente identificados, até 15 de Setembro, por forma a que estas contribuições possam ser consideradas nas fases seguintes da elaboração do PI-ENDS. Contribuições - objectivas e concretas - ao presente documento deverão ser enviadas ao IA para: ends@iambiente.pt. Cientes que a necessária articulação entre os 7 documentos agora preparados, ainda não se encontra feita, sugere-se uma leitura conjunta de todos eles anterior à elaboração dos comentários julgados pertinentes. Assegurar que a implementação da Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável cumpre o desígnio nacional de caminharmos, de forma segura, para o Desenvolvimento Sustentável quer do País, quer de contextos mais alargados, é um desafio que é de todos os portugueses e portuguesas e que requer o empenhamento e contributo de todos."
Meu Deus, que forretas (mais uma vez) com o tempo para discussão pública para a Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável! E depois estabelecem aquela restrição, que mais uma vez não definem (como tantas outras coisas no texto português da ENDS), de as contribuições terem de ser "objectivas e concretas". Permitir fazê-lo só até 15 de Setembro implica que as mães e em geral as famílias não se possam pronunciar - depois de férias e antes do início das aulas há sempre muito que fazer. É o momento de pôr a casa em ordem, e está-se a ver que muitas mulheres não vão poder estar a olhar para isto. Mas mãe neste país é igual a bicho do choco, já se sabe. O melhor é que fique de bico calado que isto é só para técnicos e altas instâncias. Gente superior.
E as ONGAS (já agora: organizações não governamentais para o ambiente) pelos vistos disseram que este documento é bom, ou algo de parecido me ficou na mente depois de ler as partes correspondentes do relatório de discussão pública!!!! Que horror! E que cândidos! Mas em que mundo vivem as ONGAS?! Um documento destes devia ser discutido por *toda* a sociedade, igreja, mães, pais e professores incluídos. Eu adoraria fazê-lo com os meus alunos já no próximo ano lectivo.
Adelaide
Meu Deus, que forretas (mais uma vez) com o tempo para discussão pública para a Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável! E depois estabelecem aquela restrição, que mais uma vez não definem (como tantas outras coisas no texto português da ENDS), de as contribuições terem de ser "objectivas e concretas". Permitir fazê-lo só até 15 de Setembro implica que as mães e em geral as famílias não se possam pronunciar - depois de férias e antes do início das aulas há sempre muito que fazer. É o momento de pôr a casa em ordem, e está-se a ver que muitas mulheres não vão poder estar a olhar para isto. Mas mãe neste país é igual a bicho do choco, já se sabe. O melhor é que fique de bico calado que isto é só para técnicos e altas instâncias. Gente superior.
E as ONGAS (já agora: organizações não governamentais para o ambiente) pelos vistos disseram que este documento é bom, ou algo de parecido me ficou na mente depois de ler as partes correspondentes do relatório de discussão pública!!!! Que horror! E que cândidos! Mas em que mundo vivem as ONGAS?! Um documento destes devia ser discutido por *toda* a sociedade, igreja, mães, pais e professores incluídos. Eu adoraria fazê-lo com os meus alunos já no próximo ano lectivo.
Adelaide
2003/06/25
Não sei nada
Então mas o último relatório da Epa americana não traz um capítulo sobre o clima? E como é com as centrais nucleares no Iraque? Porque é que não se fala nesse assunto? Como estará a situação por lá em termos de degradação ambiental? Que se passa? Dúvidas, incertezas.
GNR para o Iraque?
A resposta é clara: não! Não quero e abomino. E já agora, avaliem correctamente no que nos andamos a meter, pois que a "estabilização" não se resumirá ao Iraque, porventura. Um artigo interessante foi escrito por William O. Beeman, da Brown University "Iran and the United States - A case Study in Postmodern Culture Conflict". Está na rede, vão lá ver. E depois digam-me qualquer coisa, que eu agora não tenho tempo para o comentar. Se é que alguém lê isto. De qualquer maneira, escrevo só para mais tarde me recordar de que o pensei, que a memória anda a ficar curta. Para todos nós, aliás
Painéis solares
No Público de hoje (25 de Junho de 2003) fala-se em painéis solares, a propósito da acção da Quercus. Acho muito bem, porque são de facto painéis - ou seja, têm esse formato. Diz-se mesmo que, só no último ano, se instalaram na Alemanha mais de um milhão de painéis solares, informação que não contesto nem confirmo, ao passo que em Portugal não iríamos além dos 30 mil.
Só que, pelo que se depreende da notícia, os painéis solares que se pretende dar a conhecer em Portugal são exclusivamente para o aquecimento da água, e não para a produção de electricidade. Ou seja, são aquilo que se tem vindo a chamar entre nós "colectores solares" e não "painéis fotovoltaicos". Ora na Alemanha, a julgar pelo muito que se fala publicamente em energia fotovoltaica, o que porventura estará a acontecer é que se estão a instalar nos telhados painéis fotovoltaicos, que permitem obter energia para as tomadas.
Atira-se nesta notícia com números e joga-se com palavras, mas elas designam a meu ver realidades substancialmente diferentes, que urge clarificar. Um colector solar para aquecimento de água, em si muito útil, não fornece energia para ligar o computador em que escrevo. Se eu estiver errada agradeço por favor que me corrijam
Só que, pelo que se depreende da notícia, os painéis solares que se pretende dar a conhecer em Portugal são exclusivamente para o aquecimento da água, e não para a produção de electricidade. Ou seja, são aquilo que se tem vindo a chamar entre nós "colectores solares" e não "painéis fotovoltaicos". Ora na Alemanha, a julgar pelo muito que se fala publicamente em energia fotovoltaica, o que porventura estará a acontecer é que se estão a instalar nos telhados painéis fotovoltaicos, que permitem obter energia para as tomadas.
Atira-se nesta notícia com números e joga-se com palavras, mas elas designam a meu ver realidades substancialmente diferentes, que urge clarificar. Um colector solar para aquecimento de água, em si muito útil, não fornece energia para ligar o computador em que escrevo. Se eu estiver errada agradeço por favor que me corrijam
2003/06/24
Clandestinos
Morreram ontem duzentos ao largo da Tunísia, a tentarem ir para a Europa? A Taz de hoje (www.taz.de) traz os números, impressionantes. De que Europa se fala em Portugal?