2007/07/05

taxa

Comentário meu a este post no blog aspirina b (5.7.2007):

Sim, deve-se pagar uma taxa, claro (pelo menos). E votei sim. Mas que tem uma gravidez que resulta em aborto a ver com uma outra, levada a seu termo e de que resulta uma criança?! Então uma mulher que alguma vez abortou acaso trata os filhos como parasitas?!!! É que parece ser essa a conclusão, ilógica mas profundamente discriminatória, e desumana, que se pode extrair do post original, por muito bem escrito que esteja. Um abraço.
Adelaide Chichorro Ferreira

pontualidade

Comentário no blog «de rerum natura», a 5.7.2007

Há países que têm a pontualidade embutida na sua cultura. É um soft kill mais importante, até, do que uma formação muito especializada. Mas não nos esqueçamos de que onde quase todos se orientam pela pontualidade o próprio contexto ajuda a que cada um consiga ser pontual duma forma relaxada, sem esforço, como que duma forma natural. Se calhar nós, portugueses, somos contemplativos porque só conseguimos alcançar as coisas à custa de muito esforço, muitas vezes inglório e contra-natura. E então baldamo-nos para curtir (e contemplar poética ou melancolicamente) a nossa fossa. O discurso da exigência é o que se ouve mais vezes por cá, precisamente porque valorizamos culturalmente o sacrifício. A pontualidade, para quem nasce numa cultura onde ela é o default, é uma coisa leve, mas em Portugal acaba por ser construída como um fardo pesado que alguém carrega, ou até que impõe aos outros, de forma tantas vezes autoritária e ostensiva. Claro que valorizamos isso! E claro que nos adaptamos a isso, se preciso for. Mas cientes de que somos inapelavemente pecadores.
Adelaide Chichorro Ferreira